INFORMAÇÕES SOBRE MEDIDAS DE PREVENÇÃO CONTRA MALÁRIA PARA VIAJANTES®
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A malária é uma doença
potencialmente grave provocada por protozoários do gênero Plasmodium que penetram no homem pela picada de mosquitos
infectados do gênero Anopheles, também
conhecidos como anofelinos, mosquitos prego ou carapanã.
Estes
protozoários ao penetrarem no homem se multiplicam no fígado e no sangue de
forma intensa, veloz e constante. Quatro são as espécies de Plasmodium que causam malária humana, o P. vivax, o P. falciparum, o P. malariae e o
P. ovale. A malária provocada pelo P. falciparum pode desenvolver formas
graves da doença, podendo inclusive levar o paciente ao óbito em poucos dias,
principalmente em pessoas que estão tendo malária pela primeira vez. Outros grupos
de pessoas que também desenvolvem quadros graves de malária são crianças,
mulheres grávidas, pessoas idosas e portadores de outras doenças infecciosas
como a AIDS. Pode-se também
contrair malária por transfusão sangüínea com sangue contaminado com o protozoário e mais raramente por
compartilhamento de seringas contaminadas.
É
extremamente prudente que gestantes se mantenham longe de áreas endêmicas de
malária, pois representam um grupo dos
mais vulneráveis a desenvolver formas graves da doença, podendo inclusive
evoluir para o óbito.
As
medidas de proteção individual contra malária tem como objetivo limitar o
contato homem-vetor (mosquito transmissor) e/ou impedir o desenvolvimento de
espécies de Plasmodium no organismo.
Medidas que impedem o desenvolvimento do Plasmodium
(protozoário causador da malária) no homem, chamam-se medidas
quimioprofiláticas, que nada mais são do que o uso de medicamentos
anti-maláricos com a finalidade de interferir na multiplicação do protozoário (Plasmodium) e atenuar ou impedir as
formas graves da doença.
A quimioprofilaxia tem indicações restritas
e particulares, devendo-se considerar sempre as condições clínicas de cada
indivíduo que vai fazer uso destes medicamentos e o período de tempo que vai
permanecer em áreas de transmissão ou endêmicas. Vários anti-maláricos já
se mostram ineficientes como quimioprofiláticos face a resistência adquirida
pelo protozoário, principalmente pelo uso indiscriminado.
Os
principais esquemas utilizados em quimioprofilaxia anti-malárica são feitos com
MEFLOQUINA ou CLOROQUINA. A MEFLOQUINA é um medicamento anti-malárico
relativamente novo e já se mostra
inócuo frente a algumas cepas de P.
falciparum em alguns países, sendo
contra-indicada em crianças com menos 15 kg, gestantes, pessoas que fazem uso
de drogas que alteram a condução
cardíaca, pessoas com história de distúrbios psiquiátricos e epilepsia,
ou pessoas que exerçam atividades que
envolvam coordenação e discernimento espacial (como os pilotos de
avião), sendo que, seu uso isolado não
previne a infecção malárica. A
Cloroquina não deve mais ser usada como quimioprofilático, pois o P. falciparum já se mostra resistente a
ela em mais de 90% das áreas endêmicas do planeta. Outros medicamentos
anti-maláricos também podem ser usados como quimioprofiláticos, desde que
prescritos de forma criteriosa.
A quimioprofilaxia não deve ser considerada
infalível, e sempre deve ter orientação médica. Entretanto, um fator
negativo causado por estes esquemas de quimioprofilaxia é o fato deles conferirem uma falsa sensação de segurança,
e por conta disso, as pessoas passam a ser expor mais em áreas de transmissão,
tornando-se mais vulneráveis a contrair a doença.
Qualquer doença febril de qualquer natureza, em (ou vindo de) áreas
onde há transmissão de malária, deverá ser encarada como malária, até que seja
esclarecido o diagnóstico. Tanto durante a viagem quanto após o regresso, mesmo tendo sido feito
esquemas de quimioprofilaxia, deve o
viajante buscar auxílio médico informando que esteve nestas áreas.
A malária é uma doença perfeitamente
curável, desde que diagnosticada e tratada a tempo. E numa área de transmissão a melhor prevenção é saber onde procurar
imediato socorro médico especializado (que é aquele onde existe médico
treinado, laboratório em condições de fazer o diagnóstico e medicamentos
anti-maláricos) quando do início dos sintomas, pois, o retardo de diagnóstico
pode ser causa do agravamento do caso, da geração de novos casos se permanecer
em áreas de transmissão e até de óbito.
O
uso de cortinados impregnados com inseticidas (à base de deltametrina), o uso
de telas em portas e janelas, a dedetização nos locais onde se dorme e o uso de
repelentes (à base de DEET (NN-dietil,meta-toluamida) - Autan® e Off®) nas partes descobertas do corpo impedem ou reduzem o
contato homem-vetor. Deve-se observar que inseticidas e repelentes são produtos
químicos tóxicos, e seu uso deve ser feito somente com o conhecimento de suas
características toxicológicas que normalmente estão nos rótulos das embalagens.
Freqüentar locais próximos a criadouros
naturais nos finais de tarde ou à noite em áreas de transmissão aumenta muito o
risco de contrair a doença em áreas endêmicas.
No Brasil, o principal transmissor de malária
é o mosquito Anopheles darlingi, cujos
principais criadouros são as áreas sombreadas dos rios amazônicos com vegetação
aquática nas margens. O Anopheles aquasalis é outro
importante mosquito transmissor do litoral atlântico da América do Sul e seus
criadouros são áreas alagadas com água salobra ou salgada e com vegetação e
material orgânico em seu interior. O Anopheles cruzii é o principal transmissor em regiões de Mata Atlântica da região
sudeste do Brasil e seu principal criadouro é formado por plantas que acumulam
água em suas folhas, como as bromélias e os gravatás. Áreas alagadas e pântanos
são também bons criadouros de outros mosquitos transmissores de malária. Locais
onde existem peixes normalmente não existem larvas destes mosquitos, que são
seus predadores em criadouros naturais. Larvas de libélulas ou lavadeiras são
também eficientes predadores de larvas de mosquitos em criadouros de água doce. Preservar o meio ambiente representa a
forma mais eficiente de controle de mosquitos transmissores de malária.
No
planeta são 101 os países endêmicos de malária, isto é, aqueles que apresentam
registros contínuos de casos, estando todos localizados em sua faixa tropical. São eles: a maioria dos países Africanos, o Brasil (todos os Estados
amazônicos), vários países da América do Sul
e da América Central, países da
Ásia Central, da Ásia do Sul, do Sudeste Asiático, do Oriente Médio e do Extremo Oriente (China), além de Papua Nova Guiné, Ilhas Salomão e
Vanuatu.
Os principais sintomas de malária em sua
fase inicial são: febre associada ou não a dores pelo corpo, vômitos, diarréia,
dor de cabeça, dor abdominal, falta de apetite, tonteira e sensação de cansaço,
entre outros.
IMPORTANTE: a maioria dos países endêmicos de malária são também endêmicos de FEBRE
AMARELA, para a qual existe vacina específica e eficaz. Vacine-se ao se dirigir
para uma destas áreas. Informe-se sobre esta vacina nos Centros de Referência
abaixo.
Centros de
Referência para diagnóstico, tratamento e informações sobre malária existentes
no Brasil:
RJ - Hospital Universitário da
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Tel.
(0xx21) 562-2562 e 562-2590 (DIP)
Centro de Informação em Saúde para
Viajantes–CIVES/UFRJ
Tel.
(0xx21) 562-6213. (www.cives.ufrj.br)
Hospital Universitário da Universidade
Federal Fluminense
Tel. (0xx21) 620-2828 Ramal 224. (DIP)
SP - Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo
Tel.
(0xx11)262-5647, 881-3451 e 3069.6135 (Plantão).
MT- Hospital Universitário
Júlio Muller
Tel.
(0xx65) 615-7340, 615-7342 e 615-7302.
DF - Universidade de Brasília
Tel.
(0xx61) 273-5008, 272-2824, 273-6758.
AM - Fundação
de Medicina Tropical de Manaus
Tel.
(0xx92) 238-1711 e 238-5364.
RO - Secretaria de Estado de
Saúde
Tel. (0xx69)225-3304 e 225-2279.
PA - Instituto Evandro Chagas
Tel.
(0xx91) 211-4432, 211-4457 e 211-4466.
GO - Instituto de Patologia
Tropical e Saúde Pública
Tel.
(0xx62) 261-6497.
MA - Universidade Federal do
Maranhão
Tel.
(0xx98) 232-3837, 222-5135.
Tel. (0xx68)
223-1161 e 224-2577 R 133