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Correio Eletrônico

Mioma
23/07/97
Eu gostaria de saber se a mulher que possui mioma (pequeno) no útero tem que fazer tratamento cirúrgico, ou há algum outro medicamento para curar o mesmo?

Anônimo

Cara internauta,

existe tratamento mas não existe "cura", mesmo porque o mioma (ou fibroma, como às vezes é chamado) não é propriamente doença.

O útero é órgão muscular, semelhante ao coração, e como este, contrai("metrossístole") e relaxa a intervalos regulares, tanto no período menstrual, como no trabalho de parto. No entanto, diferentemente do miocárdio (músculo cardíaco), o miométrio (músculo uterino) possui a singular capacidade de passar por processo de crescimento, na gravidez, com volta ao tamanho original (cerca de 6 a 8 cm), fora dela.

Quando, por alguma razão, o útero (ou parte dele) "resolve crescer" independente da gravidez, tem-se o mioma uterino. Há vários Tipos de mioma, de acordo com a localização no útero, presença de complicações, número de nódulos, etc.

Os miomas uterinos podem causar dor em cólica, com piora na menstruação ou sangramento menstrual aumentado (em duração e quantidade) ou hemorragia fora do período menstrual ou ainda diversas combinações destes sintomas. Eles não dependem tanto do tamanho do tumor (isso mesmo; todo crescimento anormal de algum órgão ou parte recebe o nome genérico de tumor) quanto se imagina: mulheres com tumores pequenos podem ter sintomas mais intensos do que as que têm tumores maiores; estes, por sua vez, podem passar despercebidos. É claro que grandes miomas, mesmo assintomáticos, acabam sendo diagnosticados por causarem aumento do volume abdominal, às vezes simulando gravidez.

Finalmente, os miomas podem diminuir após o término da gravidez ou após a menopausa.

Não existe medicamento para "tratar o mioma". Fazem-se tentativas com alguns tipos de hormônios, mas estes são pouco eficazes. O único tratamento definitivo é o cirúrgico: retirada do mioma, quando possível, ou do útero, quando necessário. Esta medida depende da idade, do desejo de procriar, da intensidade dos sintomas, do tamanho, localização e número de nódulos, etc. Cada caso deve ser analisado individualmente.

Para terminar, o conceito mai não trata o exame, trata o doente.

Um grande abraço,

Dr. Irineu Wajntraub - Giecologista e Obstetra em São Paulo - SP

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