A sarna foi a primeira doença infecciosa cuja etiologia se estabeleceu, desde 1687. Bonomo demonstrou que ela estava associada à presença do Sarcoptes scabiei. O ácaro responsável pela escabiose (sarna), Saracoptes scabiei ou Acarus siro, costuma provocar epidemias de âmbito mundial, a intervalos que variam entre 15 e 30 anos, independentes de qualquer deterioração das condições higiênicas gerais.
A fêmea do ácaro mede cerca de 0,4 mm de comprimento, enquanto o macho mede 0,2 mm. A fêmea cava por dia cerca de 0,5 cm de galerias depositando também 2 a 3 ovos. Após três a quatro dias, estes ovos dão saída às larvas, as quais se transformam em ninfas. Após um total de 10 dias, o ovo se transformou em ácaro macho, o qual morre pouco tempo depois da cópula, realizada a nível da camada córnea da pele. A duração da vida das fêmeas é de cerca de 1 mês, variando de acordo com a temperatura local.
A sarna é doença contagiosa por contato direto, não existe predisposição nem origina imunidade. É parasitose muito freqüente em quase todos os países.
O ácaro fêmea é quem propaga a doença, sendo na cama que se encontram as melhores condições para o contágio. Depois de fecundado, introduz-se na camada córnea da epiderme e escava uma galeria, onde coloca os seus ovos. Não podendo retroceder pela disposição das patas e a existência de espículas no dorso, fica prisioneiro no fundo da galeria, onde se evidencia uma eminência vesiculosa denominada eminência acarina. A migração do ácaro desperta manifestações reacionais na pele, traduzidas por pequenas pápulas urticarióides, por
Dr. Paulo César Madi - Clínica Médica e Saúde Pública - SantoAntônio da Posse - SP