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Correio Eletrônico

Vídeo Laparoscopia (Aderências)
015/05/97

Prezado(s) Doutor(es),
Minha esposa está com uma cirurgia marcada para o próximo dia 07/05/97. Irá se submeter a uma laparoscopia para retirar "aderências". Após "n" exames de ultra-sonografia intravaginal, não foi detectado nada. Apenas baseando-se nas dores reclamadas por ela, seu médico sempre alegou que isso era normal. Vale ressaltar que essas dores crônicas, apareceram após o parto. Foi efetuada uma cesariana, onde tivemos um garotão que hoje já tem 7 anos. Minha esposa tem 36 anos, é fumante e seu peso está acima do normal. Ele tem medo que seja câncer, eu acredito que não. Após consultarmos outro especialista, esse confirmou as aderências e então solicitou uma série de exames e marcou a laparoscopia. Gostaria de saber quais as seqüelas que esse tipo de cirurgia poderá trazer.
Existirá alterações metabólicas, pulmonais e cardiovasculares e função da inserção de gases.
Por favor amenize minhas dúvidas.
Grato,
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Luis Cláudio
"Caro Sr. Luís Cláudio:
Vamos dividir a resposta a sua pergunta em 2 partes. Primeiramente, vamos esclarecer o que são "aderências" e ulteriormente, sobre a laparoscopia, ok? Pois bem, as aderências são resultantes de processos progressos que alterem a integridade dos tecidos, no caso de sua esposa, uma cirurgia (parto pós cesariana). Em realidade, são respostas cicatriciais exageradas que promovem a aderência de uma alça intestinal (tripa) à outra alça ou órgão da cavidade abdominal, como o útero, por exemplo. Diante desta situação, são comuns dores pélvicas, distensão do abdome por gases, e em casos mais graves situações de sub-oclusão e até oclusão total do trânsito do intestino. A cirurgia, portanto, consiste na liberação do ou dos processos aderências. Quanto às seqüelas, em situação normal, o que deve ser salientado é que a liberação da aderência promove a formação de novas áreas onde pode ocorrer novamente aderências, e o problema retornar a incomodar no futuro. Saliento porém, que a utilização da vídeo laparoscopia diminuiu em muito a reincidência da patologia, visto a menor agressividade do métod nas funções respiratórias e cardíacas não são maiores que na cirurgia convencional, e em mãos de médicos com EXPERIÊNCIA em vídeo laparoscopia, o risco de complicações são mínimos.
Parabéns pelo meninão e espero que dê tudo certo. Estou a disposição para eventuais esclarecimentos.
Dr. José Luís Simonetti - Coordenador da Especialidade de Cirurgia Vídeo Laparoscopica do Hospital Virtual - Campinas/SP

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