Como devo lidar com minha
filha de 16 anos que engravidou?
Vou contar alguma coisa
sobre a nossa vida. Tenho duas filhas, e sempre fui muito amiga das duas,
pelo menos pensava que era, me preocupava em conversar todos os dias com
elas e orientá-las, sempre procurei entrar em detalhes sobre a vida
sexual. Criei as duas dentro da igreja católica, e percebo muita
fé nas duas. Uma tem 17 anos e a outra 16 anos.
Minha filha engravidou 18
dias depois de perder a virgindade usando camisinha. O namorado da que
está grávida é um moço bom e de família
boa. Eles não vão se casar, por que nós achamos ela
muito nova para se casar. Apesar do susto, estamos recebemdo a notícia
com muito amor . Como ajudá-los no namoro para não destruir
o namoro bonito mais infantil ?
Obrigada
Resposta
Minha sugestão
é que vocês continuem a agir com muito amor e naturalidade.
Ela vai ter problemas de relacionamento na escola e com outros membros
da família mais conservadores, e precisa ser preparada por isso,
de preferência por um conselheiro profissional (psicólogo).
Entretanto, é necessário continuar a dar todo o apoio moral
e material a ela. O namoro corre sério perigo de ser destruido,
pois é pouco provavel que eles mantenham o mesmo pelos próximos
muitos anos, até estarem em condições de casarem e
assumirem as responsabilidades de manter um lar. Mas é muito importante
dar essa chance a eles, poupando-os de estresses e cobranças excessivas,
que não levam a nada. Por isso é preciso também compreender
que a vida sexual dos dois, iniciada tão desastrosamente, deve prosseguir,
sob o manto protetor do lar, e sem preconceitos por parte dos pais de ambos
os meninos. É um elemento importante de ligação entre
ambos.
Leve sua filha
ao ginecologista para fazer um exame completo, e é importantissimo
em meninas jovens como ela fazer o pré-natal rigorosamente. Ser
pais com essa idade é assustador para nossa cultura, mas era uma
coisa muito comum para meninas de 15 e 16 anos até não muito
tempo atrás. Na minha opinião, vocês devem começar
a prepará-la para ser mãe, também (cursos de puericultura,
psicologia infantil, etc.), e, mais importante do que tudo, dar condições
para ela aguentar a barra, para não deixar de estudar e se preparar
profissionalmente. O filho, sendo cuidado conjuntamente por ambas as famílias,
aliviará sua filha de uma carga muito pesada de tempo de cuidados,
e a liberará para continuar tranquilamente a estudar, nem que seja
em periodo noturno. Verão que a gravidez não é tão
catastrófica assim!
Leia o artigo
abaixo, pois será útil:
Gravidez na Adolescência
Dr. Alberto Olavo Advincula
Reis e Dra. Maria Aparecida Andres Ribeiro
Boa sorte, e parabéns
pela suas decisões racionais e acertadas
Sinceramente
Prof. Dr. Renato
M.E. Sabbatini
Professor-Adjunto, Depto.
Genética Médica
Faculdade de Ciências
Médicas da UNICAMP |