Dr. José Veloso
Souto Júnior Introdução Estima-se que significativa parcela da população brasileira seja portadora de deficiência física e/ou mental. No entanto, em nosso país, dimensionar a problemática da deficiência tem sido um trabalho árduo e difícil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% da população de qualquer país é portadora de algum tipo de deficiência, com a seguinte distribuição: 5% de deficiência mental; 2% de deficiência física; 1,5% de deficiência auditiva; 0,5% de deficiência visual e 1% de deficiência múltipla. Portanto, sob esses parâmetros, calcula-se que o Brasil possua cerca de 16 milhões de portadores de deficiências. No Brasil, algumas leis tratam do apoio às pessoas portadoras de deficiência e sua integração social, responsabilizando o setor saúde pela promoção de ações preventivas; criação de uma rede de serviços especializados em habilitação e reabilitação; garantia de acesso e adequado tratamento nos serviços regulares de saúde; garantia do atendimento domiciliar de saúde ao doente grave não-internado e o desenvolvimento de programas de saúde específicos para as pessoas portadoras de deficiência, com participação efetiva da sociedade. Ressalte-se que a preservação
da autonomia dos portadores de deficiências, a defesa de sua integridade
física e moral, bem como a universalidade da assistência são
indispensáveis para que os mesmos efetivamente participem da comunidade.
Como prevenir deficiências? A prevenção de deficiências deve /correr no pré-natal e durante as consultas posteriores ao parto. Entretanto, para a cr ança, outros fatores são muito importantes para a prevenção de deficiências e ajuda no processo de aprendizagem: uma boa alimentação, aliada a carinho, atenção e estímulos ao seu desenvolvimento físico, emocional e intelectual. Antes de o casal resolver ter um filho, é necessário que previamente realize alguns exames que podem prevenir a ocorrência de doenças futuras ao bebê, já que algumas situações exigem acompanhamento médico especial e oferecem maiores riscos de uma criança nascer com alguma deficiência. Por exemplo: casamento entre parentes próximos; gravidez precoce (antes dos 14 anos de idade); gravidez após os 35 anos; diabetes; pressão alta; epilepsia ou qualquer tipo de deficiência. Por sua vez, certas doenças e alguns hábitos representam potencial perigo tanto para a grávida como para a saúde do bebê. É o caso da sífilis, que pode causar um mal irreversível à criança. Transmitida pelas relações sexuais, esta é uma doença que pode ser detectada num simples exame de sangue, realizado nas unidades de saúde. Se constatada, a mulher e seu companheiro deverão tratar-se para recuperar a saúde e, dessa forma, proteger o futuro bebê. Outra doença muito importante é a rubéola, que, se contraída durante os primeiros meses de gravidez pela mãe, representa sério risco para o desenvolvimento normal do feto. Como os animais domésticos podem transmitir a toxoplamose, faz-se também necessária a adoção de cuidados com os mesmos, pois caso a grávida apresente esta doença a criança pode vir a nascer cega, com deficiência mental ou hidrocefalia (água na cabeça) - ressalte-se que a vacina contra a toxoplasmose está disponível nos serviços de saúde. Na atualidade, os traumas de parto são responsáveis por paralisia cerebral e retardo mental. Duas importantes recomendações devem ser feitas imediatamente após o nascimento:
Finalmente, os pais devem seguir com grande cuidado o esquema de vacinação do bebê, não deixando de lado nenhuma vacina. A vacinação contra a poliomielite é muito importante, pois esta doença representa o maior perigo de causar paralisia muscular permanente.
Os portadores de deficiência e a sociedade Normalmente, verificamos que escadas, degraus, calçadas com buracos, portas estreitas e pisos escorregadios prejudicam as pessoas que têm dificuldades de locomoção. Considerando tal fato, seria de extrema conveniência que os arquitetos e engenheiros pensassem, quando da realização de seus projetos, que as pessoas portadoras de deficiência também serão seus futuros usuários e, portanto, necessitam de ajuda para sua liberdade de locomoção – o que ajudaria sobremaneira a sua integração social.
No entanto, para que os portadores de deficiência vivam plenamente, ainda há muito o que ser feito, por exemplo: maior divulgação de livros em braille para os deficientes visuais; utilização de legendas ou sinais na TV e no cinema, para os deficientes auditivos; uma educação especial para os deficientes mentais; apoio, segurança, oportunidades de estudo e de trabalho, assistência especializada para a habilitação e reabilitação e, em geral, compreensão para suas dificuldades e para o enfrentamento dos problemas que diariamente esse grupo de pessoas tem que vivenciar e vencer. O que a todo custo devemos evitar com relação aos portadores de deficiência é agir de modo superprotetor e/ou exprimir pena, pois a superproteção, piedade ou preconceito impedem e/ou dificultam que as mesmas possam levar uma vida normal. Ao contrário, a exclusão desses sentimentos é indispensável para que o portador de deficiência possa desenvolver-se, crescer como pessoa e, consequentemente, ter melhores condições de vida. Para que isso ocorra, devemos
colaborar lutando contra as manifestações de preconceito
e/ou discriminação social. Por outro lado, a questão
da integração dos portadores de deficiência ao mercado
de trabalho deve ser amplamente discutida nos sindicatos e associações
de bairro.
Para Saber
Mais
Programa VIVA LEGAL/TV FUTURA |
Copyright © 1996-2000 Universidade
Estadual de Campinas
Uma realização: Núcleo
de Informática Biomédica
Todos os direitos reservados. Reprodução
proibida.